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Quebrou a mesa e o que restava de amor.

  • annitajunqueira
  • 28 de set. de 2020
  • 1 min de leitura

Atualizado: 8 de set. de 2023

Os dois bebem num bar. Uma de um lado, outro de outro. Gin e cerveja. Poderia ser vinho e uísque, mas aí não seriam eles dois. Usavam máscaras. Queriam se beijar. Aproximavam as mãos, mas não podiam se tocar. O risco do toque era uma noitada a mais de arrependimentos. Olhavam-se. Embebiam-se. De fantasias. O lugar do impossível mantinha as bebidas geladas e as gargantas secas. Amavam-se, mas não se falavam. Era um jogo de dados e shots diários de vida não vivida. Decidiram se encontrar para ajeitar as coisas. Mas as coisas só se desajeitavam a cada novo gole em que eram obrigados a tirar suas máscaras. Chegou em casa bêbada e só. Ele saiu andando pela rua e perdeu o caminho de casa. Ela gritou e esmurrou a mesa da copa. Ele ligou num netflix para esquecer tudo que tinha dito. Ela quebrou a mesa. Ele mudou de canal. Ela carregou uma cicatriz por 10 anos. Ele bebeu outra dose antes de dormir. Ela se apaixonou por outro cara no dia seguinte. Ele dormiu. E continua dormindo.

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